Corintiano que viaja atrás do time de moto parte para estreia na Sula: "Um louco no meio do bando"

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Corintiano que viaja atrás do time de moto parte para estreia na Sula: "Um louco no meio do bando"
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Rodrigo Parente, o "Mano Língua", saiu de Ribeirão Preto (SP) nesta terça-feira rumo a Montevidéu, no Uruguai, onde Timão joga contra o Racing em 2 de abril Quatro litros de óleo de motor, garrafas com estoque de gasolina, vela, lâmpada, ferramentas, roupas de calor e frio e comida. Tudo preparado para mais uma viagem de moto do corintiano fanático Rodrigo Parente, o “Mano Língua”, atrás do time do coração.
Ele deixou Ribeirão Preto (SP) nesta terça-feira rumo a Montevidéu, no Uruguai, onde o Corinthians estreia na Sul-Americana contra o Racing na próxima terça, dia 2 de abril. São mais de dois mil quilômetros de distância.
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Não é a primeira, nem a última loucura dele para acompanhar o time do coração. No ano passado ele viralizou ao viajar 10 mil quilômetros para acompanhar o Timão contra o Independiente del Valle na Libertadores, em jogo que culminou na eliminação do Corinthians na fase de grupos.
- Na maioria dos lugares falam que sou o mais louco do bando. Eu jamais serei o mais louco do bando. Sou apenas um louco no meio do bando – disse.
Mano Língua inicia viagem para acompanhar estreia do Corinthians na Sul-Americana
Fábio Júnior/EPTV
A cada viagem, uma nova experiência. E, de certa forma, muito aperto no coração da mãe, dona Nenê, também corintiana fanática que acompanha tudo das aventuras na casa da família em Ribeirão Preto, no bairro Monte Alegre.
- Meu coração fica pulando fora do corpo, mas eu acredito [que tudo vai dar certo], porque aqui é Corinthians e é tudo mais sofrido – contou a mãe.
“Quem ama esse clube acredita sempre”
Sendo boa ou má a fase, Mano Língua está presente nas arquibancadas do Brasil e fora dele. O torcedor já foi a praticamente todos os estádios brasileiros onde o Timão jogou e praticamente completou o tour pela América do Sul. Restam apenas Colômbia e Venezuela.
A ideia era seguir o time pela Libertadores neste ano, mas a atuação no Brasileirão passado não foi possível a classificação. Restou a Sul-Americana em meio a um início de temporada pouco animador para a torcida, já que o time foi eliminado ainda na fase de grupos do Paulistão. Nada que abale a confiança de Mano Língua.
- O verdadeiro corintiano sempre está confiante. Pode estar com o pior time, mas o que resta para nós é acreditar. Quem ama esse clube acredita sempre. A mala está pronta. Tomara que não tenha emoções, porque quando dá ruim na estrada, dá ruim dentro de campo. Começa a furar pneu e os caras não jogam nada. Funde motor e os caras não jogam nada. Sofri terremoto, perdemos de 3 a 0. Quando saio e não dá pepino nenhum, como aconteceu esses dias que fui para Maringá-PR na Copa do Brasil, o coringão ganhou de 3 a 0.
Mano Língua, torcedor fanático pelo Corinthians
Fábio Júnior/EPTV
“Vai além de acompanhar o Corinthians”
Mano Língua é um aventureiro. Claro que tudo começo por conta do Timão, mas as viagens são carregadas de histórias e experiências que ficarão para sempre na memória dele, além do futebol.
No Chile, presenciou um terremoto. Viu mães correndo com crianças de colos, motoristas desesperados nos carros e produtos caindo de prateleiras em uma loja de conveniência.
- Foi uma das piores sensações da minha vida – relatou.
Mano Língua, torcedor do Corinthians
Arquivo Pessoal
Na Bolívia, foi parar em uma estrada coberta por sal por cerca de 200 quilômetros. Sem sinal de GPS, contou com a ajuda de outros aventureiros que estavam no local, mas com carros e caminhonetes.
- Falei que estava indo para o Chile. Eles disseram que era mais perto, mas não mais rápido e que, de moto, não iria passar porque era sal. Só carro quatro por quatro que chega. Tive que voltar 500 km para pegar outro caminho.
No Chile, quando começou a subir as cordilheiras, o pneu furou. Como a próxima cidade estava a 80 quilômetros, ele voltou, consertou o pneu e recomeçou o trajeto. No entanto, o mesmo problema aconteceu, mas dessa vez mais perto de outro município. Ele empurrou a moto por cerca de quatro horas, sem sinal de celular. Foi socorrido somente ao chegar na cidade-destino.
Mano Língua, torcedor do Corinthians que viaja de moto atrás do time
Arquivo Pessoal
Ano passado, no Peru, resolveu “esticar” a viagem e quase ficou sem comida e com frio na estrada. Foi salvo pelo dono de um pequeno restaurante, que já havia até encerrado as atividades do dia.
- Eu ia parar cinco da tarde para jantar e dormir, mas resolvi subir as cordilheiras, seguir mais um pouco. Quando era oito, nove da noite, ficou tudo escuro, quatro graus abaixo de zero e não conseguia ver nada, encontrar restaurante, nada. Fui achar um restaurante pequeno dez da noite. Estava morrendo de frio, de fome. O dono me disse que a próxima cidade era só daqui 180 km e, por ser serra, demoraria quatro horas. Não tinha como voltar. Nem avançar. E estava com fome, porque ele parou a cozinha. Na hora que sentei para pensar o que fazer. Comecei a chorar. Ele ligou o fogão de novo, me aqueceu, deu cobertor. Aí eu dormi lá dentro. Acho que foi o maior perrengue.
Apesar dos perrengues, Mano Língua confia que tudo valeu a pena.
- Vai além de acompanhar o Corinthians. Você conhece lugares, faz amizades, tem experiências que jamais vai ter ficando em casa. Tem gente que vê pela televisão e fica feliz desse jeito. Quando eu pego a moto para ver o jogo, por exemplo, no Equador, que levei 16 dias para chegar lá, consegue imaginar o que vivi em 16 dias? Os lugares que comi, as comidas – contou.
Mano Língua, torcedor fanático pelo Corinthians
Fábio Júnior/EPTV
“Usava o Corinthians para esquecer os problemas”
Mano Língua segue o Corinthians de forma mais intensa desde 1999, quando mudou-se de Ribeirão Preto para o Rio de Janeiro em busca do sonho de ter um sushi bar, que hoje é sucesso, mas no começo não foi bem assim.
- O Corinthians jogava lá no Rio pelo menos quatro vezes no ano, às vezes mais. Eu montei meu restaurante lá e não estava dando certo, comecei do zero. E eu usava o Corinthians para esquecer meus problemas. Às vezes pegava a moto, ia para São Paulo, via um jogo, voltava. Quando eu subia na moto, eu esquecia os problemas – contou.
Rodrigo Parente pagando promessa na Dutra, rumo à Aparecida
Divulgação/Arquivo Pessoal
O torcedor também é infuencer e conta os bastidores das viagens nas redes sociais. São mais de 140 mil seguidores. Garantia de sucesso com os corintianos, e também torcedores de outros times, dentro e fora do Brasil.
- Fui para o Chile com a minha família no ano passado e minha mulher não acreditava o tanto de foto que eu tirava com o pessoal. Tem muito brasileiro lá. As crianças chegam e falam “Mano Língua na área”. É muito gostoso o carinho delas. O mais gostoso de tudo isso é o carinho que recebo na arquibancada. Às vezes eu chego em Itaquera atrasado para o jogo porque paro para conversar com a galera, tiro fotos. É gostos saber que quando eu monto na moto eu represento mais de 30 milhões de loucos. E muita gente me manda mensagem dizendo que eu incentivo a eles acompanharem o Corinthians para esquecer os problemas.
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